SES-TO alerta para os riscos da doença de Chagas

No Dia Mundial de Combate à Doença de Chagas, celebrado em 14 de abril, a Secretaria de Estado da Saúde do Tocantins (SES-TO) chama a atenção da população para os riscos da doença de Chagas. A enfermidade é causada pelo protozoário Trypanosoma cruzi e, se não tratada, pode levar a complicações graves, inclusive à morte.
De acordo com dados da área técnica das doenças transmissíveis da SES-TO, somente em 2024, foram capturados 3.523 exemplares de triatomíneos (insetos transmissores, conhecidos como “barbeiros”) em 121 municípios tocantinenses. Desses, 82 municípios apresentaram insetos infectados com o parasita e, em 42 municípios, as capturas ocorreram na zona urbana, o que reforça a importância das ações de prevenção e vigilância.
“No Tocantins, a doença de Chagas ainda é uma preocupação e a Secretaria de Estado da saúde segue dando suporte aos municípios com treinamentos e acompanhamento dos casos, para que os profissionais de saúde estejam preparados para o diagnóstico e manejo dos pacientes e a população conscientizada sobre os riscos e as formas de prevenção. Entre 2007 e 2024, o Tocantins notificou e confirmou 59 casos da doença na fase aguda”, afirmou a técnica da assessoria da Doença de Chagas/SES-TO, Anália Fagundes.
Transmissão
As principais formas de transmissão da doença são: contato com fezes do barbeiro infectado após picada; ingestão de alimentos contaminados com o T. cruzi; transmissão de mãe para filho durante a gestação ou parto; transfusão de sangue ou transplante de órgãos de doadores infectados; contato acidental com material contaminado por mucosas ou pele ferida.
Sintomas e tratamento
Os principais sintomas da doença incluem febre persistente, dor de cabeça, fraqueza, inchaço no rosto ou pernas, vômitos, diarreia, prostração e aumento de gânglios linfáticos. Na fase crônica, o paciente pode não apresentar sintomas por anos, mas pode desenvolver insuficiência cardíaca, megacolon e megaesôfago.
O tratamento deve ser feito com orientação médica e está disponível gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS), com o uso do medicamento benznidazol 100mg, fornecido nas unidades básicas de saúde, mediante prescrição médica.
Prevenção
A prevenção da doença está diretamente ligada ao controle do vetor e ao cuidado com a alimentação. Entre as medidas preventivas estão: manter quintais limpos e livres de entulhos; afastar criações de animais das residências; vedar frestas em paredes e telhados; utilizar telas em janelas e portas; usar mosquiteiros e repelentes durante atividades noturnas e evitar a formação de colônias de barbeiros no ambiente doméstico.
O que fazer ao encontrar um barbeiro
Caso um barbeiro seja encontrado em domicílio, a orientação é não esmagar o inseto. O ideal é utilizar luvas ou saco plástico para capturá-lo vivo, armazená-lo em recipiente com tampa e encaminhá-lo à Vigilância em Saúde do município. É importante identificar o local de coleta e a data.
Segurança alimentar e transmissão oral
Para evitar a transmissão oral, a SES-TO recomenda: tratamento térmico adequado (pasteurização ou branqueamento); lavar e desinfetar frutos antes do consumo; instalar fontes de luz longe de locais de preparo de alimentos e promover capacitação e educação em saúde voltadas a manipuladores e comunidades de risco.O resfriamento ou congelamento dos alimentos não elimina o T. cruzi, sendo necessárias temperaturas acima de 45°C para a eliminação do parasita.